Conheça a história do Guaraná, fruto descoberto no munícipio de Maués

Conheça a história do Guaraná, fruto descoberto no munícipio de Maués
O guaraná foi encontrado no munícipio de Maués (Foto: Reprodução/Felipe Rosa/Embrapa)

AMAZÔNIA – Fruto nativo da Amazônia, o guaraná (nome científico: Paullinia cupana) nasceu em uma planta trepadeira ou cipó conhecida popularmente como guaranazeiro uaraná. Seu nome vem do tupi ‘varana‘, que significa árvore que sobe apoiada em outra.

Hoje em dia, o fruto é tradicionalmente usado para fabricação de sodas, refrigerantes, termogênicos, xaropes, barras, pós e na indústria farmacêutica. Seu uso, que antes se restringia à tribo de Maués, se difundiu por todo Brasil.

O guaraná contém grande teor de cafeína, chegando a ter três vezes mais do que o café. Possui ação tônica cardiovascular, diurética, combate enxaquecas e cólicas, afrodisíaco, antiblenorrágico, regulador intestinal, diminui fadiga física e mental, sendo capaz de revigorar perdas orgânicas.

Na Amazônia, índios da tribo Sateré-Mawé (que leva o nome do município) fazem o uso da semente do guaraná há muitos séculos. Em torno de 1664, o padre jesuíta Felipe Bettendorf fez o primeiro relato sobre o guaraná encontrado no Amazonas: 

“Têm os Andirazes em seus matos uma frutinha a qual secam e depois pisam, fazendo delas umas bolas que estimam como os brancos o seu ouro. Chama-se Guaraná. Desfeitas com uma pedrinha em cuia d’água, dão tanta força como bebida que indo à caça um dia até outro não sentem fome, além do que tiram febres, cãibras e dores de cabeça.”

Em 1826, o guaraná foi estudado pela primeira vez por Carl Von Martius, que recolheu amostra do fruto, quando as informações sobre finalidades terapêuticas já corriam entre europeus.

O município de Maués, atualmente é conhecido como Terra do Guaraná. Local onde foi encontrado pela primeira vez, também carrega o peso de ser o maior produtor de guaraná da Amazônia e tem a economia local em torno da cultura do fruto.

Em 2020, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) reconheceu a terra indígena Andirá-Marau, do povo Sateré-Mawé como indicação geográfica para o guaraná nativo. 

A denominação certifica o produto como originário de Maués, com identidade própria e características essenciais a fatores naturais, sendo a primeira indicação geográfica utilizada por indígenas no Brasil.

O registro possibilita a proteção e identificação do guaraná beneficiado pelos Sateré-Mawé, auxiliando a manter a cultura milenar. 

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